Nas entrelinhas que me encontro, carrego em cada gesto o reflexo de quem sou. Nossos processos são múltiplos, nossos caminhos nem sempre lineares, mas a vontade de fazer diferente nos une. O que transborda em nós não é excesso — é potência. Potência de misturar, de repensar, de rasurar e recomeçar.

Há algo em nós que insiste em ir além, entre desenhos, gestos, palavras e tecidos, uma essência que quer passar, de um corpo para o outro, de um gesto para uma ideia, de um traço para um grito. Este é o nosso ponto de ebulição. O que escapa das frestas, o que ultrapassa o limite, o que não se acomoda. É disso que somos feitos. E é isso que queremos fazer acontecer.

Porque no fim queremos existir além das bordas, afetar, vibrar, contagiar. De dentro pra fora. De mim pra nós. De nós pro mundo. Aqui, não há molde fixo. Não há só um caminho. Cada voz soma, cada vivência conta. Existe algo nas bordas que nos inquieta.

Quando me torno mais de um, juntos transbordamos para além de nós, e entre margens, o que transborda é a expressão que nos define.